Porto, Oporto, em Porto ou no Porto?

 

A maioria de nós usa a preposição errada… outro dia descobri que o certo é falar “estou no Recife, vou para o Recife”. Isso se aplica a Porto… quero dizer, ao Porto. Então vou contar como foi minha estadia no Porto.

Originalmente Porto, chamada pelos ingleses de Oporto (e assim universalizada), esta cidade situada na região Norte de Portugal é famosa por várias características, especialmente pelas vinícolas, certo? Não… na verdade não. A história do Vinho do Porto é outra. Vinho do Porto é a denominação de todo vinho cultivado e produzido exclusivamente na Região Demarcada do Douro, a 100km do Porto e somente após a pisa da uva (que atualmente é feita não por pés humanos, mas por máquinas) é que o vinho é embarricado e levado para “descansar” na cidade do Porto, dentro das chamadas Caves, onde o ambiente tem iluminação e temperatura controlados.

Pra resumir rapidamente, o Vinho do Porto é bem específico… é consumido como aperitivo ou digestivo por conta de sua forte concentração de açucar. Para adquirir tal característica, o vinho é retirado da fermentação bem prematuramente, não dando tempo do açúcar “virar álcool”. Para complementar o sabor e subir o teor alcoólico é acrescentado aguardente ao vinho para que então seja engarrafado.

O vinho realmente é um dos principais pontos explorados pelo turismo no Porto, mas, na minha opinião, mostrou-se o menos importante deles. A cidade é linda! Como a maioria das cidades na Europa, tudo se faz a pé. É um passeio muito agradável andar do centro até o Cais da Ribeira. Lojinhas, restaurantes, igrejas, palácios, etc. Tudo em arquitetura colonial portuguesa, caprichada nos azulejos… demais! Três dias é o suficiente, mas se tiver tempo fique mais uns dois dias.

Chegando no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, pegue o Metro e chegue à qualquer lugar. A tarifa é um pouco mais cara que a normal, próxima a € 5, mas é prático e fácil.

 

Minha recomendação é adquirir o passe do Yellow Bus. Eu costumo ser meio averso à passeios amarrados, mas pegamos o passe Yellow City Cruises e valeu muito à pena. O autocarro funciona no esquema Hop-on / Hop-off, ou seja, suba e desça em qualquer uma das paradas na hora que você quiser. Com € 18 (preço do Yellow City Cruises) nós passeamos à vontade na cidade por dois dias e de quebra fizemos um passeio no Rio Douro, chamado Cruzeiro das 6 pontes, e ainda visitamos gratuitamente a Cálem, uma tradicional cave de Vinho do Porto.

Falando das caves, elas se situam na beira do Douro, porém do outro lado das pontes, na cidade de Vila Nova de Gaia (ainda considerada na Grande Região do Porto). Uma vez do outro lado, não deixe de subir de teleférico pra parte alta da cidade e atravessar a Ponte Dom Luis de volta pro Porto. A vista lá de cima é linda!

Recomendo uma visitinha à Estação São Bento, construída há 120 anos. O interior todo de azulejo merece uma foto panorâmica. Outro ponto muito visitado é a Torre dos Clérigos, 75 metros de puro visual. Outros pontos famosos são o Palácio da Bolsa, antiga Associação Comercial do Porto, Livraria Lello e Irmão e toda a região adjacente à Avenida Aliados. O Café Majestic também é muito recomendado por aí, mas sinceramente, a Confeitaria Colombo aqui no Rio de Janeiro e Pastéis de Belém em Lisboa são mais bem cuidadas. Além dessa parte central, não deixe de conhecer a Ribeira, caminhar por suas ruazinhas e escadarias… Se der tempo (e principalmente se você comprar o passe do Yellow Bus), não deixe de visitar Matosinhos, cidade praiana bem pertinha do Porto, banhada pelo Oceano Atlântico Norte. Vale a pena também uma caminhada de lá até o Farol do Rio Douro, ponto de desague do rio no oceano.

Tem certas coisas que não dá pra explicar. A atmosfera é diferente no Porto… sei lá. Só indo lá pra entender.

Pra complementar a vitoriosa estadia no Porto, tenho que deixar aqui minha recomendação de albergue. Ficamos no Rivoli Cinema Hostel, muito central, pertinho da Avenida Aliados.